terça-feira, 15 de junho de 2010


O Louco II


"No jardim de um hospital psiquiátrico conheci um jovem formoso de rosto pálido e encantador... 

Sentando-me a seu lado num banco, perguntei-lhe:

- Porque estás aquí?

Olhando-me, com estranheza, disse:

- Essa é uma pergunta pouco própria, mas, de qualquer modo, responderei.

Meu pai quis fazer de mim uma cópia dele; o mesmo ocorreu com o meu tio. Minha mãe queria que fosse igual ao seu pai. Minha irmã apontava o seu esposo, oficial da marinha, como o modelo de perfeição a seguir. Meu irmão, excelente atleta, pensava que eu devia ser como ele.

E também os meus professores, de filosofia, de música, de matemática, me incitavam a ser um reflexo deles num espelho.

Por isso vim para aqui. Parece-me mais saudável. Pelo menos poderei ser eu mesmo.

De repente, voltou-se para mim, e disse:

Diz-me tu, agora. Vieste parar a este lugar guiado pela educação e pelos bons conselhos?

Eu respondi:

- Não, sou só um visitante.

Então ele disse:

- Ah!!!. És um daqueles que vive no manicómio, mas, do outro lado do muro?



Khalil Gibran


O Louco

Perguntais-me como eu me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes dos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu tinha confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram-se de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez a minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, e a minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais as minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram as minhas máscaras!”

Assim eu tornei-me louco. E encontrei tanto a liberdade como a segurança na minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Khalil GIbran

terça-feira, 8 de junho de 2010

PROVÉBIO LUANISTA



Um belo dia Quatro adultos estavam a espera de um ônibus, de repente um extranho muito familiar, aparece com um sorriso desfalcado, e um cabelo integrado, com uma blusa xadrez com bolinha furadas, e um short liso cheio de bolinhas também, aparece desgraçado com a mão (com a fome, com a sede, com a solidão, e com o desespero) e nos pede um moeda. A criança sorri, pega na bolsa e entrega uma moeda de um real, lacrimeja e entrega ao louco estranho bastante familiar.
O louco entrega ao pai da criança um anzol, e à criança uma pedra... (um dos rapazes sorri, e uma das moças também....A outra moça gargalhou (como não? achei estranho).... o pai da criança joga o anzol e diz: - ENTENDI A MENSAGEM (?).... A CRIANÇA OLHOU A PEDRA E JOGOU.... cabisbaixa, sorriu sozinha, e escutou os deboxes e sarros de todos, pega a pedra e diz é um coração...   (?)
qual a moral?
?

Às vezes dar aulas  é como ser um andarilho urbano e entregar pedregulho aos familiares estranho....