quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Minha hermenêutica do Nada.


Qndo o som ecoa do zero, reflete a pacificidade do carma que é estar ouvindo o Nada... Saber sentir o zero é como entender a brisa que tem vontade de estar vento, mas não começa a ventar por isso.E sim pelo simples tamanho de querer estar brisa no momento em que pode estar vento....sem o ser. Ecoar o som do pensamento é poder emitir palavras sem agonizar do barulho do pensar, e poder gozar da escrita, pensando , sentindo a brisa e ouvindo o vento entendendo o zero. Como entender tudo isso sem apreciar a lua?! A sua luz é a calma de se ouvir, o som, é o pensamento q soa bonito. E o barulho?..... AH,o barulho! O barulho é prazer q não se evita. Luana Joplin

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fakebook






Hj vi q a maquiagem verbal só serve para esconder vidas de plastico.Tanta coisa linda para mostrar da vida, um sorriso,um mingau...uma troca d chinelo,escova com cerdas gastas,amigos q falam bobeiras, q enlouquecem de tanto falar a verdade... 
Pobre mundo que está morrendo afogado nas sacolas de plástico. São nos olhos,no andar na cor do sorriso,na cor do cabelo, no nome e na comida q os consomem... Fake plastic memories.Mas a sacola d plastico é para esconder a cor do travesseiro,a azeitona d segunda e o vinho barato.O plastico é para esconder a fragilidade.
Vou aproveitar enquanto a aguá q por aqui corre tras muita vida, muita alma lavada passa por aqui. Sem fumaça, sem desespero, um pouco de conversa, pode até falar por horas, mas nada q alivie qualquer desfalque...para preencher pedaços que estão faltando dedos, anéis, umbigo e tornozelos. Sempre no tom da pele aparece um sinal que vai cobrindo o corpo , sem perceber se vai todo o vapor de vitalida
de e sobremesas não substituirão a endorfina que o calor do vapor pode conceber. Depois de certa idade tudo vai embora, e fica como se estivessem plastificado... na memoria guardado, bem ali como novo. Hj pensei em pornografias e parnasianismos... mas não saia da minha cabeça os aforismos que aqui vou descascando. pensam em grupo tambem expressa ternura.

sábado, 13 de agosto de 2011

Verbo Intransigente





Um viver. Do verbo andar, amar, trabalhar, prolifera. E do  verbo existir, entender que se necessita o verbo  ter, e, senão o pior de todos o verbos, o verbo, Ser. O verbo Ser, ele é o dejeto dos verbos, o dejeto da introspecção, o dejeto de toda força que nos pulsiona a alimentar o verbo ‘viver’. Ele sim é o verbo assassino da alma, assassino do Ego, que maltrata toda simplicidade dos caminhos, dos pensamentos, das maledicências, da juventude, e por que não? Do corpo.
 E Esse, o corpo, Maldito tirano, que me prende com suas correntes libidinais, de uma maneira barulhenta e enlouquecedora. O corpo me corrompe, me destrói, e de certa forma, me enaltece, e me faz passar por cima de toda cor que tenho pintado a minha vida, os meus dias. O corpo e o ser, são Tiranos corruptos, de falas e discursos torpes, mas que conseguem me ludibriar, me levar a loucura do desejo, e me fazer comer  da fruta e beber da agua que me transforma em resto...em sobra. Me transforma na saliva comum de bocas sujas, e avarentas. Que me fazem sentir prazer em viver em estado de decomposição no bolso de discursos puritanos,  e falso moralistas, para que  me sinta pouco menos o inseto que não consegue roubar a sobra desdenhada.
E tentar ser ludibriado pelo verbo mais humilde, o verbo existir, é deixar se levar pelo fracasso! Aceitar apenas o verbo existir, é se abdicar do corpo e seus desejos, e cuspir o verbo viver, é sonegar o prazer, é ser um objeto que não É. Um objeto que é escravizado por todos os outros verbos e desejos, para ser um verbo que  carrega o nome de existir, mas não o É.  É um verbo da conformidade, um verbo do pudor, um verbo dos conformes, um verbo que , quiçá se fala em amor, com o real significado da palavra.  Por que, o que o AMOR,  é senão o desejo do corpo, o desejo do SER e do viver....quem apenas existe não  tem tempo para amar, está sempre ocupado, tentando acalmar as tardes, que não são, amanhecendo as noite que precisam findar, e quando possível não existir. Sempre preocupados em amanhecer as noites e anoitecer os dias.... e que tudo seja bem rápido, para que não haja dor, nem prazer.
Não posso ingerir verbos que não me façam boa digestão. Não consigo tragar discursos que não me entorpeçam  com vontades devotas de desejo, e que não sejam amigas de minha libido. Me recuso forjar uma existência,  uma vivencia, e tão pouco usar um corpo que não é....que não faz....por que  se limita a estagnação do verbo existir, e mascare a libido engolindo goela abaixo o verbo Ser, viver  e por que não, usar o corpo para fins do verbo prazer e parecer.




LUANA JOPLIN

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um reclame...




numa difícil vida, com desejos escrupulosos, e necessidades  meramente banais,a vida vai matando os dias como se fossem  formigas  q atrapalham o caminho de qm passa....e o dia vai amanhecendo a noite como se não fizesse diferença....como se tudo fosse facilmente manipulado, sintonizado, e desleixadamente organizado....porém, entendendo q o caos do verbo viver é aceleradamente enlouquecedor,o dia vazio é ruim, muito calmo, muito mudo, pq tem ausência de caos, nada de amargo e tão pouco doce....um dia de turbulência tem mais valia do q um dia de águas limpas. A vantagem de ser amado é poder pisar na lama e ter certeza de q seus pés não vão se sujar....nem por muito, nem por pouco.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Partido dos Zé Ninguém


Zé ninguém abre a boca, come a foice, fecha os olhos e sonha acordado. Horas de sono não contadas , horas de sono não findadas ....Zé ninguém, não abaixa a cabeça, não teme, pq não tem o q perder, assim é mais fácil lutar, assim é mais fácil falar, mas assim não é tão fácil viver. Mas como já dizia um zé ninguém qualquer "nem só de pão viverá o homem". Certamente intencionou fazer uma homenagem ao zé ninguém q ama a cachaça, q descasca batata, q vai ver qm está na esquina, que amas as putas, q fala amém aos azarados, de  goza com o primeiro trago, que faz jus aos seus farrapos, Um beijo... Lhe ofereço um sutiã remendado, pq sei q não faz diferença no retrato,o corpo ainda é belo, anda depois de desmembrado. E sei q é bem amado cada dinheiro apostado em qualquer oferenda de boteco. Aqui quem diz é a filha Calçada do Mestre Boca de lobo.




A nós os Zé ninguém(s) do Brasil, ma poesia embebedada, de uma simples aprendiz de letras e palavras bipolarizadas.
Luana Joplin

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quando a palavra não dá conta...

Algo parece ter se quebrado, partido, algo já frágil, parece ter sido fraturado, e  esta sensação de inundamento que me assola todos os sentidos, me deixando confuso e perdido. Algo em mim parece ter naufragado, Posso secar, posso não dar mais conta de segurar essa enxurrada, de onde vem tudo isso, desconhecia-me. Não sabia ou não queria dar-me conta de que tudo foi e vai para algum lugar, de que sou um oceano inteiro a ponto de estourar. Não sabia que podia me afogar em mim mesmo. Não sabia, não sabia. O que segurava esse mar-adentro também me segurava mar-afora,  o que mantinha o tampão no seu lugar ?,  qual seu lugar ? Lá estou eu, La posso estar, mais do que aqui, nesse deserto, nesse silencio que construiu paredes em mim, verdadeiras celas.  La onde esta o tampão, estou eu, mais do que aqui...porque eu, porque comigo? Porque assim, sem aviso, pelas costas, de surpresa?...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Astronauta analisado

"Agora eu sou tão ocaso!" ( Manoel de barros)




O que vem de fora me ensina, ainda que me provoque, ainda que me feri, ainda que me agrade, ainda que me ame, ainda que me incomode, mas sou todo interior, sou todo esse arrepio que me indaga, sou toda proteção do meu desleixo, toda simpática agressão, sou verborragia que profiro, sou todo acaso. Sou aquilo que está por vir e que sempre chega sem avisar. 
Sempre escrevo sobre mim, como se fosse uma fissura narcísica incessante, na verdade tento me encontrar em palavras que jogo fora, porque o destino dessas palavras sou eu. Parece necessidade de auto afirmação, porém não é nada mais , nada menos que excesso de poesia , necessidade de escrever, excesso de expressão....sou de dentro pra fora. Sou todo excesso, e não excessão. ( Luana Joplin)


"Onde eu não estou, as palavras me acham." (Manoel de Barros)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Um ensaio clichê

De fato algo  que parece inseparável de  nosso cotidiano é  a  ética ou  êthos de nosso  tempo. Paradoxal? Confuso? Ambíguo?  “ Com dois pesos  e  duas  medidas.”.falar da ética em nosso tempo é falar da crise dos ideais culturais e das utopias. È falar da liquefação do que era sólido. Nosso tempo precisa definir claramente o que quer, onde quer chegar e como quer chegar. Toda essa compulsão pelo efêmero, pela novidade, em parte é a busca congelada pelo mesmo. As transformações das ultimas duas ou 3 décadas, apesar de um “clichê ou Um Jarguão acadêmico é o convite de nosso tempo para o recontar da história e o nosso lugar nela. Depois dos fracassos das utopias socialistas frente ao capitalismo, da ideologia à economia; depois da derrocada das grandes narrativas como o progresso, a liberdade, a razão instrumental, da consciência, da igualdade e do esforço de trabalho toda uma geração teve de silenciar-se e silenciar o outro, Fazer calar e ficar calado. A crise das utopias socialistas terminaram em massacre e  sangue, a  revolução cultural terminou em massacre  e  sangue, á crise do esforço de trabalho terminou na crise econômica dos anos 80 com a entrada  da  especulação, da inflação, do endividamento. A idéia de progresso, outra narrativa chave da modernidade não passa mais pelo esforço de trabalho, e  o trabalho significou  a  exploração, a  sobrevivência. A idéia de educação se perde e pouco pode dar além da tal sobrevivência, certa estabilidade silenciada e vigiada. Esse termo é bastante contemporâneo, ta na boca do povo que nunca sofreu com guerras e catástrofes mas mata um leão por dia pra sobreviver, onde o viver foi reduzido como veremos. Tal condição, é a condição do nosso tempo de muitos tempos. Tempo da maquina, tempo cíclico, tempos de outros tempos, tempo sem tempo,  tempo biológico, tempo útil, tempo sem promessas, tempo planejado, tempo orquestrado.  E tambémTempo grande, tempo pequeno, o tempo de dentro e o de fora, o tempo psicológico, o tempo da intimidade, o tempo da memória, o da lembrança, o tempo da saudade. É tanto tempo, sincronizá-los é um absurdo da técnica do poder, o poder orquestra o tempo, captura-o, dociliza, adestra seus carrascos.  Sentimos que quando um relógio desses dispara o alarme, é hora de olhar os relógios, ouvir o que ele tem a nos contar. Há tempos legais, divertidos, que parecem voar, nos transportar, mas há tempos carrancudos e ocupados demais, tempos rudes, mal humorados, é o tempo do carrasco, do carcereiro, do vigia. As vezes o vigia faz de seu tempo um tempo da fuga, um tempo solitário, as veses o vigia faz de seu tempo o tempo da lua, o tempo do poeta, o tempo do poema. E o professor, o educador o que faz do tempo ? As vezes o professor faz de seu tempo um tempo carrancudo, o tempo do cabresto, o tempo do chicote, o tempo do apito, o tempo  do quadro, o tempo do diário, o tempo da aspirina, o tempo da flouxetina, o tempo da deserção voluntaria, mas ele pode  e  deve fazer de seu tempo, o tempo da viagem, o tempo da utopia, o tempo dos fortes, o tempo do dialogo, o tempo do ouvir, o tempo da criação, o tempo da invenção, o tempo da resistencia, o tempo da vida. E tempo e  espaço andam juntos, quando se mexe em um  se altera o outro.  Façamos de nosso tempo o espaço da vida.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O sujeito e o Outro Social


A cultura em Freud não foi pensada como conhecimentos ou saberes universitários e nem como obras de arte. Para a psicanálise, a cultura é laço e, tratando-se dos sintomas sociais, é necessário fazer uma leitura da época na qual a subjetividade se inscreve como resposta. Do mesmo modo, também é preciso repensar se as respostas que Freud encontrou ainda são vigentes ou se devemos inventar novas respostas para novos sintomas.
Se a subjetividade varia, o mal-estar em si mesmo é o irredutível que atravessa toda época e lugar. Freud não teve uma posição idealista. Tanto no “Mal-estar na cultura”, como no texto “Totem e tabu”, Freud situa, com a pulsão de morte, um irredutível que traça um horizonte ético que exclui toda a intenção idealista de progresso ao nível do social. Educar a pulsão é um impossível. Para Freud, Eros como força que une e faz os laços não era mais poderoso que Tânatos que os destrói.
Há um horizonte a-social que não é contingente à época, mas o irredutível da própria pulsão, que se satisfaz de um autismo que prescinde do Outro. A pulsão é a-social, mas o inconsciente não.
O inconsciente é um discurso, por isso mesmo é político e a partir desse discurso do Outro se lhe atribuem identificações que governam o sujeito. O inconsciente é esse Outro que é político1. Daí que, se a pulsão é a-social, o inconsciente não o é. O inconsciente é social enquanto dá conta da relação do sujeito ao discurso do mestre.
Freud situa o ato parricida no coração da genealogia da cultura, como fundante da lei pela qual o sujeito se introduz no social. Não se trata só de matar o pai, mas de fundar um pacto para a distribuição do gozo e garantir que ninguém ocupará o seu lugar. Assim, ato parricida e ato social são dois movimentos articulados. 

trecho do artigo " Psicanálise e sintoma social"

terça-feira, 26 de abril de 2011

Luto

Saudades imensa que sinto de mim. Pra onde eu fui? será q estou escondida em destroços de minha história? Talvez Eu esteja em meio a ruínas de pensamento que desapeguei......será que estou na saliva de opiniões alheias a desgaste e ao desespero? será que "Eu" está tentando me encontrar, ou se foi porque não mais me queria?
Não sei como Eu pude me abandonar sem dar qualquer satisfação. Sim! Eu soube que sempre fui uma metamorfose incoerente, assimétrica, mas Eu gostava de mim. Agora Eu me  sinto ninguém, me sinto o vazio que não pode ser preenchido....me sinto qualquer um menos Eu....para onde será que Eu fui? Será que "Eu" volta algum dia?...ainda que voltasse eu não seria o mesmo de antes. Que confuso... me procuro mesmo sabendo que me perdi de vez... mesmo que "Eu" tente ser eu,  jamais terei a mesma essência de antes....me sinto ninguém mesmo. Será que ninguém me ama  como Eu? Será que ninguém terá a mesma consideração por mim que Eu tinha....será que ninguém saberá apreciar coisas que Eu disse? Será q ninguém vai preencher o vazio que "Eu" deixou quando se foi? De fato sei que Eu não volta mais, e Ninguém? Quem sabe..... amadurecer é se perder para nunca mais se achar.... é isso que a vida faz, ela faz com que possam tentar ser sempre alguém interessante para os outros, e assim  obtemos satisfação, o gozo em ser, e quando menos se espera, você se abandona, para se tornar alguém diferente... È difícil transformar-se sem matar o que se foi.

sábado, 16 de abril de 2011

“CRISE DO MACHO“: REFLEXO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO?



" A crise do macho ressignifica a crise do sujeito


A crise do sujeito moderno foi instaurada a partir de descentramentos lentos e
graduais da subjetividade que deslocaram o sujeito cartesiano de seu centro. Hall
(2004) identifica cinco grandes pilares teóricos que influenciaram na desconstrução
dos paradigmas culturais tradicionais: a teoria sociológica de K. Marx, a psicanálise
de S. Freud, a linguística moderna de F. Saussure, a filosofia de M. Foucault e o
movimento feminista. Todos eles ocorridos a partir dos anos 60 do século
passado[4].
Marx negou a primazia de uma essência universal, individual e singular do homem.
O ser humano é capaz de produzir as condições de sua existência, todavia, é
historicamente determinado por elas.
Freud, por sua vez, negou a existência racional e una de uma identidade fixa do
sujeito pensante. O homem não é o senhor de si mesmo, mas é moldado por
formações do inconsciente.
O terceiro descentramento, conforme Hall (2004), foi estabelecido pela linguística
moderna de Saussure, que postulou a língua como sistema social e não individual
de signos. O indivíduo não é dono do seu dizer, porém obedece às normas e
significados culturais de sua língua.
A teoria de Foucault provocou a quarta ruptura com as identidades fixas, ao afirmar
que o "poder disciplinar" das instituições, por meio de regras e da vigilância, além
de controlar, transforma os indivíduos em "corpos dóceis", isolados e
individualizados.
Com o feminismo ocorre o derradeiro descentramento de uma identidade
androcêntrica e patriarcal, por meio do questionamento da dicotomia
público/privado, além de fomentar a discussão em torno do que se convencionou
chamar de "política das identidades", iluminando outros grupos (negros,
homossexuais, etc.) tão excluídos quanto as mulheres. Tais grupos organizaram
movimentos sociais, que lutavam por direitos civis semelhantes aos dos cidadãos
representantes do status quo vigente.
Conforme Knoll (2009: 04), todas essas mudanças culminaram no deslocamento do
sujeito e na decorrente concepção de identidades plurais. Não há uma "identidade
una no sentido de unificada ou homogênea, pelo contrário, as identidades são
multifacetadas, heterogêneas, fragmentadas e estão em contínuo processo de
construção ou estabelecimento".
Os estudos acerca do status social feminino, as suas relações com o universo
masculino, com a vida privada e com a vida pública, levaram ao questionamento do
papel e função masculinos, já que não se pode olhar para o mundo feminino
ignorando o mundo masculino, e vice-versa.
Foi, assim, no contexto tecido sobre as críticas e os avanços dos estudos feministas
e de gênero e dos novos movimentos sociais que a masculinidade, também
compreendida como culturalmente específica, emergiu como uma temática a
pesquisar. Segundo Henningen (2004: 110), embora essas pesquisas sobre
masculinidades remontem aos anos 70, apenas na década seguinte apareceram
estudos sobre a construção social das masculinidades, diretamente beneficiados por
reflexões em torno do conceito de gênero.
Esses estudos introduziram novas concepções sobre a definição da identidade
masculina e questionaram a idéia vigente até os anos 80 - quando a masculinidade
era estudada ou sob o ponto de vista dos homossexuais, ou sob o ponto de vista da
relação entre mulheres e homens - na qual havia um modelo único de
masculinidade.
Conforme enfocamos anteriormente (PIRES & FERRAZ, 2008), as teorias críticas de
gênero sugeriram a pluralidade de feminilidades, o que fez Garcia (1998) acreditar
que há, da mesma forma, uma diversidade de tipos de masculinidades,
correspondente a diferentes inserções de homens na estrutura social, política,
econômica e cultural. Na cultura ocidental, não há um modelo universal de homem
que não possa ser transformado conforme o tempo e as circunstâncias.
A partir dessas constatações, emerge a "crise do macho" que Arent (1999: 119)
definiu como a insegurança masculina frente à perda de seu papel tradicional de
dominação, bem como frente à exigência de novas atribuições sociais, como o
cuidado aos filhos e a realização de tarefas domésticas, ocupações anteriormente
exclusivas das mulheres.
Refratados e refletidos na mídia, discursos cotidianos registram a construção de
novas identidades sociais de gênero, cujo fundamento é a interação. A relação
social, decorrente dessa interação, implica no reconhecimento de diferenças e
particularidades individuais, revelando um tenso processo de movimentação em
direção a - e não contra - esses outros.
A seguir, abordaremos como as marcas identitárias atribuídas a cada sujeito nas
representações da mídia são essenciais na elaboração daquilo que aprendemos e
reconhecemos como determinada identidade."

* Um trecho do texto da autora VERA LÚCIA PIRES (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA)