quarta-feira, 11 de maio de 2011

Astronauta analisado

"Agora eu sou tão ocaso!" ( Manoel de barros)




O que vem de fora me ensina, ainda que me provoque, ainda que me feri, ainda que me agrade, ainda que me ame, ainda que me incomode, mas sou todo interior, sou todo esse arrepio que me indaga, sou toda proteção do meu desleixo, toda simpática agressão, sou verborragia que profiro, sou todo acaso. Sou aquilo que está por vir e que sempre chega sem avisar. 
Sempre escrevo sobre mim, como se fosse uma fissura narcísica incessante, na verdade tento me encontrar em palavras que jogo fora, porque o destino dessas palavras sou eu. Parece necessidade de auto afirmação, porém não é nada mais , nada menos que excesso de poesia , necessidade de escrever, excesso de expressão....sou de dentro pra fora. Sou todo excesso, e não excessão. ( Luana Joplin)


"Onde eu não estou, as palavras me acham." (Manoel de Barros)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Um ensaio clichê

De fato algo  que parece inseparável de  nosso cotidiano é  a  ética ou  êthos de nosso  tempo. Paradoxal? Confuso? Ambíguo?  “ Com dois pesos  e  duas  medidas.”.falar da ética em nosso tempo é falar da crise dos ideais culturais e das utopias. È falar da liquefação do que era sólido. Nosso tempo precisa definir claramente o que quer, onde quer chegar e como quer chegar. Toda essa compulsão pelo efêmero, pela novidade, em parte é a busca congelada pelo mesmo. As transformações das ultimas duas ou 3 décadas, apesar de um “clichê ou Um Jarguão acadêmico é o convite de nosso tempo para o recontar da história e o nosso lugar nela. Depois dos fracassos das utopias socialistas frente ao capitalismo, da ideologia à economia; depois da derrocada das grandes narrativas como o progresso, a liberdade, a razão instrumental, da consciência, da igualdade e do esforço de trabalho toda uma geração teve de silenciar-se e silenciar o outro, Fazer calar e ficar calado. A crise das utopias socialistas terminaram em massacre e  sangue, a  revolução cultural terminou em massacre  e  sangue, á crise do esforço de trabalho terminou na crise econômica dos anos 80 com a entrada  da  especulação, da inflação, do endividamento. A idéia de progresso, outra narrativa chave da modernidade não passa mais pelo esforço de trabalho, e  o trabalho significou  a  exploração, a  sobrevivência. A idéia de educação se perde e pouco pode dar além da tal sobrevivência, certa estabilidade silenciada e vigiada. Esse termo é bastante contemporâneo, ta na boca do povo que nunca sofreu com guerras e catástrofes mas mata um leão por dia pra sobreviver, onde o viver foi reduzido como veremos. Tal condição, é a condição do nosso tempo de muitos tempos. Tempo da maquina, tempo cíclico, tempos de outros tempos, tempo sem tempo,  tempo biológico, tempo útil, tempo sem promessas, tempo planejado, tempo orquestrado.  E tambémTempo grande, tempo pequeno, o tempo de dentro e o de fora, o tempo psicológico, o tempo da intimidade, o tempo da memória, o da lembrança, o tempo da saudade. É tanto tempo, sincronizá-los é um absurdo da técnica do poder, o poder orquestra o tempo, captura-o, dociliza, adestra seus carrascos.  Sentimos que quando um relógio desses dispara o alarme, é hora de olhar os relógios, ouvir o que ele tem a nos contar. Há tempos legais, divertidos, que parecem voar, nos transportar, mas há tempos carrancudos e ocupados demais, tempos rudes, mal humorados, é o tempo do carrasco, do carcereiro, do vigia. As vezes o vigia faz de seu tempo um tempo da fuga, um tempo solitário, as veses o vigia faz de seu tempo o tempo da lua, o tempo do poeta, o tempo do poema. E o professor, o educador o que faz do tempo ? As vezes o professor faz de seu tempo um tempo carrancudo, o tempo do cabresto, o tempo do chicote, o tempo do apito, o tempo  do quadro, o tempo do diário, o tempo da aspirina, o tempo da flouxetina, o tempo da deserção voluntaria, mas ele pode  e  deve fazer de seu tempo, o tempo da viagem, o tempo da utopia, o tempo dos fortes, o tempo do dialogo, o tempo do ouvir, o tempo da criação, o tempo da invenção, o tempo da resistencia, o tempo da vida. E tempo e  espaço andam juntos, quando se mexe em um  se altera o outro.  Façamos de nosso tempo o espaço da vida.