terça-feira, 10 de maio de 2011

Um ensaio clichê

De fato algo  que parece inseparável de  nosso cotidiano é  a  ética ou  êthos de nosso  tempo. Paradoxal? Confuso? Ambíguo?  “ Com dois pesos  e  duas  medidas.”.falar da ética em nosso tempo é falar da crise dos ideais culturais e das utopias. È falar da liquefação do que era sólido. Nosso tempo precisa definir claramente o que quer, onde quer chegar e como quer chegar. Toda essa compulsão pelo efêmero, pela novidade, em parte é a busca congelada pelo mesmo. As transformações das ultimas duas ou 3 décadas, apesar de um “clichê ou Um Jarguão acadêmico é o convite de nosso tempo para o recontar da história e o nosso lugar nela. Depois dos fracassos das utopias socialistas frente ao capitalismo, da ideologia à economia; depois da derrocada das grandes narrativas como o progresso, a liberdade, a razão instrumental, da consciência, da igualdade e do esforço de trabalho toda uma geração teve de silenciar-se e silenciar o outro, Fazer calar e ficar calado. A crise das utopias socialistas terminaram em massacre e  sangue, a  revolução cultural terminou em massacre  e  sangue, á crise do esforço de trabalho terminou na crise econômica dos anos 80 com a entrada  da  especulação, da inflação, do endividamento. A idéia de progresso, outra narrativa chave da modernidade não passa mais pelo esforço de trabalho, e  o trabalho significou  a  exploração, a  sobrevivência. A idéia de educação se perde e pouco pode dar além da tal sobrevivência, certa estabilidade silenciada e vigiada. Esse termo é bastante contemporâneo, ta na boca do povo que nunca sofreu com guerras e catástrofes mas mata um leão por dia pra sobreviver, onde o viver foi reduzido como veremos. Tal condição, é a condição do nosso tempo de muitos tempos. Tempo da maquina, tempo cíclico, tempos de outros tempos, tempo sem tempo,  tempo biológico, tempo útil, tempo sem promessas, tempo planejado, tempo orquestrado.  E tambémTempo grande, tempo pequeno, o tempo de dentro e o de fora, o tempo psicológico, o tempo da intimidade, o tempo da memória, o da lembrança, o tempo da saudade. É tanto tempo, sincronizá-los é um absurdo da técnica do poder, o poder orquestra o tempo, captura-o, dociliza, adestra seus carrascos.  Sentimos que quando um relógio desses dispara o alarme, é hora de olhar os relógios, ouvir o que ele tem a nos contar. Há tempos legais, divertidos, que parecem voar, nos transportar, mas há tempos carrancudos e ocupados demais, tempos rudes, mal humorados, é o tempo do carrasco, do carcereiro, do vigia. As vezes o vigia faz de seu tempo um tempo da fuga, um tempo solitário, as veses o vigia faz de seu tempo o tempo da lua, o tempo do poeta, o tempo do poema. E o professor, o educador o que faz do tempo ? As vezes o professor faz de seu tempo um tempo carrancudo, o tempo do cabresto, o tempo do chicote, o tempo do apito, o tempo  do quadro, o tempo do diário, o tempo da aspirina, o tempo da flouxetina, o tempo da deserção voluntaria, mas ele pode  e  deve fazer de seu tempo, o tempo da viagem, o tempo da utopia, o tempo dos fortes, o tempo do dialogo, o tempo do ouvir, o tempo da criação, o tempo da invenção, o tempo da resistencia, o tempo da vida. E tempo e  espaço andam juntos, quando se mexe em um  se altera o outro.  Façamos de nosso tempo o espaço da vida.

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