Na cidade onde nasci, viviam uma mulher e sua filha; e ambas eram sonâmbulas.
Uma noite, quando o silêncio envolvia o mundo, a mulher e a filha, caminhando a dormir, encontraram-se no seu jardim, meio velado pela neblina.
E a mãe falou: "Por fim, minha inimiga! Aquela por quem minha juventude foi destroçada, que construiu sua vida sobre as ruínas da minha! Pudesse eu matá-la."
E a filha falou: "Ó odiosa mulher, velha e egoísta, que se antepõe entre mim e meu Eu livre! Que gostaria de fazer de minha vida um eco de sua vida fanada! Quem dera estivesses morta!"
Nesse momento, um galo cantou, e ambas as mulheres acordaram. A mãe perguntou ternamente: "És tu, querida?" E a filha respondeu ternamente: "Sim, querida."
Khalil Gibran
Livro; O Louco
Acho esse texto do Khalil Gibran Psicanálise pura... O
inconsciente nos condena, por isso concordo com o psicanalista Slavoj Zyzek, em q o inconsciente não
deve sair de onde ele está... Mas não conseguimos conter as vezes.... ELE fala
alto demais, e o som ecoa pela boca e feri o nosso espelho. Somos fantoches do inconsciente,
especialmente pelo fato d q o nosso consciente
castra nossa libido.
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